Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era tentador. “O que Freud diria de você”. Uau. Eu me interesso em saber o que o vendedor de picolé pensa sobre mim, imagina Freud. Respondi corretamente a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca.
Muito engraçado.
De que adianta tanto “amadurecimento intelectual” se a gente se deixa empolgar por testezinhos muquiranas da internet? Desliguei o computador me sentindo a otária do século e fui fazer qualquer outra coisa para esquecer o pequeno incidente. Mas não esqueci. E, juntando um neurônio com o outro, me veio a luz. É isso! Não importa como vivi meus primeiros anos, quais foram as minhas reações diante do sucesso e do fracasso, quanto de carinho recebi ou não recebi de meus pais, se era popular ou se só colecionava frustrações na escola. A verdade estava gritando na minha frente: os acontecimentos da infância marcam A TODOS até os doze anos de idade (ou treze, ou catorze) e depois disso TODOS buscam conhecimento intelectual para amadurecer.
Ou seja, o teste estava corretíssimo. As respostas podiam variar de pessoa para pessoa que pouco importava. A vida não é original, ela é repetitiva, e até Sartre, que não era psicanalista, matou a charada quando disse “não importa o que fizeram com você, importa o que você fez com o que fizeram com você”. Em outras palavras: depois dos doze, chega de se lamentar. Vá buscar conhecimento para estruturar sua felicidade.
Ou os caras que bolaram os testes são um bando de gozadores ou são gênios. Tendo mais de doze anos de idade, escolha você o resultado que mais lhe convém.
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