domingo, 13 de março de 2011

XVI

    Quando antecipei em minha mente o momento do “Eis o livro’, sobre o qual uma de minhas amigas dissera: chega de revisões, deixe-o nascer!”, achava que não conseguiria me segurar de tanta emoção. Mas, chegada a hora “h”, foi como uma chaleira de água fria no previsto júbilo. Depois de tantas revisões, havia um erro na folha de rosto. Não na primeira página, mas na folha de rosto da parte francesa! Folha inserida, a bem da verdade, um pouco antes de o livro ser autorizado para publicação, e que só o esgotamento explica a névoa em meus olhos. Se bem que, hoje em dia, muitas coisas estão adquirindo total invisibilidade.
Não devemos sofrer antes da hora, mas é sábio se alegrar por antecipação. Em vez de lágrimas e abraços (cogitei até em uma taça de vinho), “bilangue” no lugar de “bilingue”, apesar de a pronúncia ser “bilangue” mesmo. Havia corrigido a falha, porém, só no meu computador, não no da editora!  Em francês, a + a = i, ou seja, língua em francês = langue, mas se são duas as línguas, ilogicamente, grafa-se “bilingue”, quase como em português e só me restava sentar e fazer a correção em mil páginas impressas, em vez de ficar exclamando: Não acredito!
O que foi feito.

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