Estou na
praia e meus pensamentos, que não me dão trégua, surfam em minha cabeça: minha
mãe na UTI, acessível apenas no horário de visita; meu neto a quem tenho que
ensinar o significado de RSVP; Quérida, minha irmã e amiga do peito desde
sempre, e que (grr) deu um pulo ao Espírito Santo ; a expectativa do almoço de
hoje no prédio onde vovó morava etc.
Esqueci de comprar “O Globo”. Enquanto
espero uma estimada cunhada que mora no Leblon, homens passam correndo e
falando de mulheres, e elas falam ao telefone sobre problemas familiares. Quem
não os tem?
Melhor mergulhar no livro, mas antes
contemplar o mar, que minha mãe não pode mais apreciar; agradecer a Dumnezeu
(Deus em romeno) pela beleza desse dia e pelos cuidados que minha mãe está
tendo na Casa de Saúde, onde flagrei um senhor tão especial, que mesmo na UTI,
beijou a mão de uma senhora que o visitava!
Após as visitas diárias à nossa mãe, do
lado de fora da Clínica, em assembléias familiares, Cristiano, para nos
distrair, fala de lembranças preciosas, como, entre outras, a de nosso primo
Ronnie, que, pequeno, e ainda por cima, gringo, não conseguia falar “Eurípides”
e chamava o papai de uncle Lífero!
Cláudia, a simpática arquiteta e mulher
do Cristiano, que nos ofereceu um jantar muito gostoso, vendo uma bonita casa
perto da Clínica, que Cristiano foi nos mostrar, comenta que ali não batia sol
e que “casa onde o sol bate médico não entra”, ao que ele retruca: - Coitado
dos médicos, nem podem entrar em casa!
Outra hilária da família é a Quérida,
para os que não a conhecem, Regina, que chegou do Espírito Santo e me contou
que ao vir embora, viu umas chavinhas dentro do armário e, pensando que raio de
chaves seriam aquelas, cogitou em jogá-las fora , sem contudo chegar a esse
extremo. Bateu a porta do apartamento e foi para o aeroporto. Instalada em seu
lugar de destino, descobriu que as chaves negligenciadas eram as de suas
malas.
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