quarta-feira, 18 de maio de 2011

XXIII

                                                  Uma irritação mais grave

   Depois do escândalo da proposta do livro Por uma vida melhor (ou pior?), querendo normalizar o anormal, sugerindo aos professores que digam aos seus alunos que eles podem falar “os livro”, mas que devem aprender a norma culta, para usarem-na quando necessário, tenho que protestar.
Alunos falando direito quando necessário. Que concessão! A norma culta agradece, mas o hábito faz o monge e nossos ouvidos se acostumam com o que ouvem.
De mais a mais, claro que se pode falar errado, assim como o diabético pode comer açúcar, mas não deve! Não esquecendo que a proposta de emburrecer os alunos da rede pública só acentuaria mais as diferenças. E, como se não bastasse a desigualdade entre os sistemas de saúde público e privado (se bem que hoje em dia, os hospitais particulares igualmente nos fazem muito esperar), agora cairá por terra a esperança de um ensino público de melhor qualidade?
  Sugiro a vocês lerem a sempre ótima coluna de Alon Feuerwerker, no Correio Braziliense de hoje, sobre o vale-tudo pedagógico.
             A propósito, o vale-tudo está se alastrando por todas as áreas..
             Com a legalização das drogas, elas seriam vendidas nas drogarias, para combater a saúde, a memória e a harmonia na família?
              Isso está me cheirando à história da rã que não sabia que estava sendo cozida. Para os que não a conhecem, resumo-a : A rã é colocada na água fria. Aos poucos, vão aumentando a temperatura da água, ela acha gostoso, porém, acaba se sentindo cansada, mas não se amedronta. Em seguida, a água está realmente quente. A rã começa a achar desagradável, mas está debilitada, então, suporta e não faz nada e é cozida. Se tivesse sido jogada diretamente na água a 50 graus, teria pulado imediatamente.
             Outra história que se encaixa aqui é aquela em que começam pisando nas flores dos nossos jardins,e, não encontrando reação, acabam entrando em nossas casas.

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