Neste 24 de dezembro, recebi por sedex o xerox de um diário escrito por quatro adolescentes.
"Os Introcáveis", título do nosso diário, permanecia uma semana com cada uma das mrninas, e os meninos eram nossos diletos amigos inseparáveis. Encontrávamo-nos sempre na Avenida Atlântica, onde minha maior amiga meninas e estudávamos na praia; depois do almoço, íamos ao cinema e emendávamos com um "Arrasta-pé", das 18 às 23horas. Outras vezes, Os Introcáveis iam a minha casa jogar ping-pong e ler! Acreditem!
Relendo esse diário, que durou um ano, sorrio com o fato, que estava esquecido, de um dos Introcáveis (de quinze anos) grudar chicletes nas teclas do piano, para não errar o “Bife”! Não contarei isso aos meus netos, pois tenho piano em casa...
Fui para a Europa e tomamos rumos diferentes, nos reencontrando quase cinquenta anos depois!
Quando voltei de nossa primeira excursão às nascentes portuguesas, o entusiasmo de minha narrativa ao relatá-la levou uma amiga a comentar que eu havia encontrado a minha turma!
Dou, então, o chute inicial de "Os Introcáveis II" e, como costumam dizer os pedintes das ruas, serve qualquer "moeda": um poema, uma vivência, uma descoberta, uma foto ou o que quer que transborde de nossa alma.
Só não vale chorar mais ou deixar esfriar o "caldo” que surgiu de nossa convivência.
Envio com cópia a todo o nosso "time" (não precisarei xerocar nada), esperando pelo primeiro a tocar a "bola" adiante.
Feliz ano novo!
Vejam que belo “chute em gol” o da Roseli:
Viagem às nascentesNós, somos os viajores das nascentes.
Nós, dos sertões de São Paulo, filhas de Goiás, filha de Pernambuco, filhos de Brasília, da Bahia, filhos de Portugal, ilustres desconhecidos, mas escolhidos propositalmente por forças que jamais saberemos nominar.
Fomos convidados com alegria e por Alegria para navegarmos nas nascentes rumo à Portugal.
E lá fomos nós, sem saber quem era quem, sem questionar nome ou sobrenome. Pessoas! Escritores, poetas, jornalistas, professores, advogado, fotógrafo, seres alados sobrevoando um Atlântico sem fim.
Juntos num mesmo sonho, num mesmo tempo, na mesma nave.
Chegamos a Portugal repletos de esperanças e inseguranças, é claro.
E quanto mais o tempo passava, mais ficávamos próximos, companheiros, amigos.
Sorrimos e choramos juntos. Brigamos também. E alguns discordaram de outros, mas havia entre nós sentimentos de respeito e solidariedade tão verdadeiros que os momentos difíceis ficaram bem menores que as grandes emoções que estávamos vivendo.
Ali na foto estamos na frente do nosso hotel em Lisboa. Primeiro momento em terras portuguesas.
Linda Lisboa que nos recebeu com tanta dignidade. Lisboa da Academia do Bacalhau, da Biblioteca Nacional onde nossos livros estarão para sempre, da Casa da América Latina, da Casa do Fado, dos Castelos, Mosteiros, do Atlântico, dos nossos ancestrais.
E nós que éramos ilustres desconhecidos começávamos em Lisboa a ser irmãos.
Amiguirmãos.
Chorando ou sorrindo.
Para sempre, aconteça o que acontecer.
Feliz Ano Novo meus amiguirmãos das nascentes.
Muitas alegrias, muita saúde, criatividade e luz.
Que o ano novo seja maravilhoso para todos.
Grande e afetuoso abraço
em meu nome e em nome da minha família.
Roseli Arruda
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