sábado, 31 de março de 2012

Abandonando o navio



   Em substituição ao capitão-mor, Quérida e eu, promovidas a “Capitãs”, permanecemos a bordo até a água nos atingir a cintura, como bem disse a Locomotiva Arli. Mesmo com a comoção da ausência, os esquecimentos de Quérida nos fazia rir muito, antes e depois da distribuição de aparelhos eletrodomésticos; demais utensílios de cozinha;roupas (mudamos até de estilo, com o visual à la Maricota); móveis e toda a parefernália de uma casa.                       Restringimo-nos ao estritamente necessário, até que sentadas em dois banquinhos, utilizando garfo de plástico e bebendo café em copo de geleia, pulamos fora depois de compartilharmos a última fatia de pão integral e dar adeus à Xeflera que lá ficou,com suas folhas bem limpinhas e brilhantes,sob os braços do Cristo Redentor, à espera do novo inquilino, a quem desejo felicidades.

   Era hora de começar a missa em memória de um mês do falecimento de nossa mãe, Maria.
   - Padre, ao final posso dizer umas palavrinhas?
   - Pode, mas seja breve, pois em seguida haverá outra missa. 
   E assim fiz, sem pensar muito no que estava falando, para não me emocionar e deixar de dizer o que precisava ser dito:

   Em nome de todos os irmãos,agradeço ao Vianney, pelo carinho, dedicação e cuidados que teve, primeiramente com nosso pai,que viveu quase um século e, concomitante e posteriormente, o zelo e o desvelo prodigalizados, até o fim, à nossa mãe, sem em momento algum queixar-se de cansaço ou sobrecarga de responsabilidade.

    Muito obrigada, irmão querido!


6 comentários:

  1. Comovente Ângela! Lembrarei sempre com muito carinho a doce presença azul de Maricota!
    Beijos,
    Nathalia Leão Garcia

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  2. Ângela, parabéns por mais esta realização, o blog!
    É um orgulho te conhecer, mais ainda de chamar tua amiga!
    Você e toda essa família linda, a de trás e a da frente!
    Beijos
    Ana Helena Fragomeni

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    1. O orgulho é todo meu, e muito grande, de ter uma amiga do seu quilate. Beijos.

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  3. Angelítica, faço minhas as suas palavras a respeito da dedicação de nosso querido irmão Vianney para com Euripides e Maricota, dedicação essa que foi fundamental para a longevidade deles.
    E devemos todos agradecer o seu empenho (bem como o de Regina)no tranquilo esvaziamento da nau de Maricota, que durante toda a sua vida, só carregou "mercadorias" que tivessem a chancela do amor!
    Beijos!
    Parabéns pelo blog!
    O meu também está a caminho!

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