sexta-feira, 24 de agosto de 2012

As Cariátidas - Anngela Delgado





Ligo o computador, dou bom-dia à minha mãe em meu plano de fundo.
Bem ao lado de seus olhinhos vivos, a Claro me informa que estou off line. Quem me dera se Steve Jobs, lá de cima mesmo, pudesse nos proporcionar a maravilha de, ao justapor a seta à imagem, pudéssemos trazê-la para um papo on line....
Ontem, fui buscar um dos meus netos no Shopping. Antes, dou uma entradinha à procura de uma bolsa e saio de lá, com um lindo dicionário de italiano, que agora está aqui ao meu lado, transfigurado em "professore", pronto a me auxiliar, como por exemplo se eu tiver uma dúvida neste parágrafo, de “Se una notte d´inverno um viaggiatore”, do Italo Calvino:
“... dona di temperamento sensibile e inquieto, che risente dell´isolamento cui la costringono la dislocazione geografica, ma è sostenuta dalla sua insaziable passione per la lettura...” (Ecco sono io!)
“La moglie del Sultano non deve mai restare sprovvista (desprovida) di libri di suo gradimento (agrado) : cè di mezzo una clausola del contratto matrimoniale, una condizione che la sposa ha posto al suo augusto pretendente prima (antes) d´acconsentire alle nozze... Dopo una placida luna de miele in cui la giovane sovrana riceveva le novità delle principali letterature occidentali nelle lingue originali che lei legge correntemente, la situazione è diventata spinosa... “ (difícil)
Gostei da mulher do sultão, e do livro então, nem se fala!
Coincidentemente, recebi hoje, um convite para ir à Grécia e à Itália! Ecco,uma compra bem oportuna a do dicionário. Começara a estudar italiano, ignorando que em breve estaria (estarei) usando palavras como: Mi fa piacere, Come se chiama, Benissimo, Lunedì, Martedì, Mercoledì, Giovedì, Venerdì,Sabato, Domenica, Domenica sera,Volentieri, Buonasera, e così via (etc.).
O plano do ano passado era ir à Hungria e à Tchecoslováquia e já estava me familiarizando com expressões bem mais difíceis, quando minha cunhada levou um tombo, e com ele caiu também por terra o passeio planejado, pois, sem nossa Locomotiva, a viagem não tinha mais sentido.
Este ano o roteiro é outro e tento decorar, além das palavras fáceis em italiano, palavras em grego...: Parakaló (por favor), Sas efaristó (obrigada), Signomi (desculpe), Póso Káni? (Quanto custa?), Kaliméra (Bom-dia) e kalinixta (boa-noite).

4 comentários:

  1. Angela, li você ao ler suas palavras. Palavras vivas, pulsantes, que me deixaram quieto, por instantes. Depois, a inquietude gostosa que foi trazida pela jazida de sonhos, produzida, sempre, pelas palavras mais férteis. Sementes plantadas por toda parte e, sem nenhum disparate, poderão alcançar canteiros em todo o mundo. Fui à Atenas, há alguns anos, embrenhei-me no silogismo da democracia nua e crua.
    Aprecio o balé das letras, a magia dos encontros literais, sem efeitos colaterais. Escrever é revelar-se, é velar o que há de mais íntimo e público em nós, pois o desnudamento é inevitável e, ao final, desconcertantemente prazeroso.
    Abraço!

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    1. O que eu poderia esperar de um poeta do seu calibre senão um lindo comentário?
      Obrigada pela visita e volte sempre!

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  2. Seus dois comentários anteriores foram em poemas datados de maio de 2010: "prova de amor e a efemeridade das coisas" e "Ávida vida".
    Quanta ternura em seu comentário de hoje. Poemas são pequenas ou grandes estradas, que conduzem a outras grandes ou pequenas estradas, entradas e saídas de entes apaixonantes a que chamamos de emoção.
    Comentários como os seus emolduram a poesia, deixando um rastro de perfume, que ainda não identifiquei...mas fiquei com esse aroma em mim.

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  3. Angela, será uma honra ter poemas meus transcritos em seu blog. Fique à vontade.

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