sexta-feira, 19 de abril de 2013

Eu de volta - Angela Delgado


“Un uomo in mare!

Che importa! la nave non si ferma. Il vento soffia,  quello scuro naviglio laggiù ha una via che deve continuare e va.                                                                                                                                               L´uomo scompare, poi riappare; s´immerge, poi risale(sobe) alla superfície, chiama, tende le braccia, nessuno lo ode (ouve); il navigiglio, rabbrividendo (estremecendo) sotto l´uragano (tempestade), è tutto intento alla manovra; marinai e passeggeri non vedono neanche più l´uomo sommerso; il suo misero capo non è che un punto nell´enormità delle onde.                                                                                                                                                                                                     Egli Egli lancia grida disperate nelle profondità; che immagine spettrale questa vela che si allontana!...”

                Não sei se todos entenderam essa passagem de “Os Miseráveis” de Victor Hugo, mas um homem havia caído ao mar, ninguém percebera e ele se desespera, claro, ao ver a vela do navio se afastando no meio da escuridão e da imensidão do mar.
                 Nunca estive nessa situação, óbvio, mas ao ler esse trecho, me lembrei de que, desembarcando na pequena ilha de Mykonos, pensei ser aquele o único porto da ilha e, quando me cansei de percorrer as belas ruelas labirínticas, dirigi-me ao porto e lá fiquei esperando pelos demais. A noite caiu e, estranhando não ver ninguém do navio por ali, perguntei a um “nativo” se aquele era o único porto da ilha. A resposta negativa me fez disparar como doida em direção ao outro porto, do outro lado da ilha e, felizmente conseguir alcançar a ultima lancha que estava prestes a zarpar em direção ao navio, onde estavam os companheiros de viagem, meu passaporte, de praxe retido com o pessoal do navio, e demais pertences.

                Quase que fico literalmente a “ver navios” ou a olhar um navio se afastar e se apequenar cada vez mais, na medida em que meu desespero aumentaria. Não posso nem  me lembrar! E o fato de ter conseguido voltar ao navio é motivo para desprezar quaisquer frustrações ou dissabores, como a frase desagradável que ouvi e que joguei no lixo, em contraponto a outra deliciosa, que dependurara na parede, ao lado do quadro de minha mãe, mas que depois, aproveitando o martelo, achei melhor martelá-la em minha cabeça. Assim ela me acompanha, aonde quer que eu vá. Questão de Savoir vivre. É só respirar fundo e me alegrar por não ter ficado na ilha e nem morar em uma das Coreias.




















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