quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Carta aberta à Unb - Ângela Delgado



     Imagine a emoção de um estudante, após grande esforço e muita ansiedade, ser aprovado a uma vaga na Faculdade.
     O dia D chega. Consegue ca
rona, mas, como tantos outros, poderia ter ido em pé ou apertado em um ônibus. Está intimamente emocionado, tenso talvez. E com certeza, cheio de expectativas pelo "desembarque" ou aula inaugural, momento em que se inicia nova etapa em sua vida.
     A realidade, porém, raramente é o show que deveria ser. Ela nos envergonha cada vez mais.
     Tal um anfitrião, é dever do educador receber bem o futuro professor, matemático, médico, engenheiro, arquiteto, administrador, ou seja lá qual a pretensão do calouro - alicerce de um país - como igualmente auxiliá-lo, motivando-o a estudar, pesquisar, progredir até à sua formação. É essa a missão e o mais nobre dever do docente.           
    A propósito, para isso é pago.                                                                                     Em uma empresa aérea, o "no-show" ocasiona multa, mas a professora, descumprindo sua parte, que consiste em dar uma bela aula, fica imune. Foi operada. Ao que parece, não de emergência, pois o funcionário informara que ela está de atestado. Será que, em um mês de férias, faltou tempo e sensibilidade para a comunicação prévia à secretaria de seu impedimento para se apresentar, em tão importante dia; esta prover um substituto; adiar o início das aulas ou, pelo menos, avisar aos alunos?                                 O mínimo que se espera de uma autoridade é o bom exemplo. Do contrário, como exigir respeito, se é a primeira a desrespeitar?                                                                      A meu ver, dependendo das desculpas, esse descaso seria caso de séria advertência, suspensão ou, havendo reincidência, demissão por justíssima causa.                                 Só que não estão nem aí. A agravante é ter isso já ocorrido outras vezes.
  Por isso, não podemos nos omitir e continuar a "aceitar" o inaceitável.