quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

   Vinícius (em construção)

Ao entrar no quarto, com um exemplar de “Ópera do Poeta e do Bárbaro”, para Ana dá-lo à sua chefe, Vinícius ouviu nossa conversa e o meu comentário de que seu guarda-chuva deveria ficar na bolsa. Ao ver sua mãe de saída para o trabalho, ele pegou o livro, que ela já ia esquecendo, e lho entregou. Feito isso, pegou o guarda-chuva e colocou-o em sua bolsa.     
                      Além de perspicaz, tem um sétimo sentido que o leva a sentir a presença da Ana à distância. Quando estamos fechados em um quarto, e ela mal se aproxima do portão, ele exclama: Mamãe!      
  Outro dia, estávamos, ele e eu, em um supermercado. De repente, ele a chama bem alto. Ao me virar, vejo-a através do vidro, estacionando o carro... Igualmente, se ele está dormindo e ela chega, ele senta-se na cama e diz: Mamãe "agou". O que significa “chegou” em  bebenês.
     Com apenas um ano e onze meses, é extremamente ordeiro. Deixa tudo como encontrou seja um par de sapato juntinho ou qualquer outro objeto explorado por ele, em sua infinita curiosidade.                   
     Ontem, quando cheguei com seu leite, primeiro desligou o celular de sua mãe, onde assistia a um desenho, para depois segurar a mamadeira.
     Outra qualidade dele é a persistência: brincando com um carrinho, colocou-o em um saco plástico. Ao tentar retirá-lo, não conseguia pois o plástico havia se enroscado nas rodas.                                                                 
 – Quer que eu o ajude, perguntei.                                                                                                                                        - Não, eu consigo.                    
Ficou um bom tempo tentando, fazendo força e puxando o plástico daqui e dali, até que triunfou e se abriu em um sorriso  de satisfação consigo próprio.      

      Um dos "presentes" do Natal de 2019.  Vinícius, ça va sans dire.

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