quinta-feira, 3 de março de 2011

XV

  São duas horas da manhã, já ganhei meu presente cotidiano - mais um dia embrulhadinho - mas está muito cedo para desembrulhá-lo. Tenho que relaxar, tentar dormir um pouco e, para isso, parar de pensar. Desde menina, esse verbo constava da minha listinha de “afazeres”, Psiu, você ignora, mas quando eu nem sabia escrever direito, registrei, duas vezes, “pensar”, em um papelzinho, entre o “fazer a cama”, “rezar”, “brincar” e outras tarefas cotidianas a cumprir.
Mas, nem desembrulho o meu presente, nem lanço mão de comprimidos para dormir. Em vez disso, escrevo este e-book.
Ontem, Psiu, sentindo dores lombares, fui à minha médica, que achou graça, quando perguntei se precisava mesmo fazer aquela batelada de exames:
- Você não vem aqui há duzentos anos e ainda me pergunta se é preciso fazer estes exames?

  Fiz os que ela pediu e mais ainda. Dias depois, chegando cedo ao consultório de um dos “istas”, resolvo “fazer” uma horinha na ”Yogofresh”, em Ipanema, e comentei com a simpática atendente que nunca havia provado um daqueles “frozen yogurt”. Ela deve ter pensado que eu era uma extraterrestre ou um daqueles anjos que dizem estar entre nós…

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