segunda-feira, 26 de setembro de 2011

XXXIV


     Hoje me preparava para ir dormir. Era cedo, mas a gripe me arrastava para a cama, quando soube que você, meu irmão querido, havia sido assaltado, levado coronhadas na cabeça e estava no hospital, onde levara 29 pontos!
     E você me ligou! Jorge, desligue que eu te ligo. Morando em outra cidade, nada poderia fazer por você naquele momento, mas você estava relativamente bem, já havia voltado para casa. Quatro horas depois, em vão eu buscava o sono. Estava faltando algo. Entendi que não era em mim e sim no mundo violento e desordeiro.
     Um pacato, honesto, responsável e metódico cidadão, amado por todos que o conhecem, que nunca fez mal a ninguém vem voltando para a casa, depois de um dia cansativo de trabalho, subindo a ladeira a pé, quando subitamente se vê sendo assaltado. Reage e defende a pasta do trabalho! É covardemente agredido, cai, e sangue sai de sua cabeça e se espalha. Que violência é esta? Não é notebook. São papéis. Não faça isso. Não baguncem a minha vida.
      Deixem-no em paz. É isto o que está faltando: ordem e respeito. Lugar de assaltante não é neste mundo. Em A menina que roubava livros, a narradora comenta a propósito de um rio, exuberante e límpido, que o mundo não o merecia. Aqui, é esse homem que não merece o que fizeram com ele.
      O bandido deveria ser sumariamente executado. Você não morreu, graças a Deus, mas, enquanto não for instituída a pena de morte (nossas cadeias estão locupletadas), muitos ainda morrerão, enquanto esses, não digo “bichos” para não ser injusta com estes, mas “subumanos” não forem impedidos de continuar a perpetrar seus crimes.
       E eu, achando que Brizola era um bom orador, nem atentei à época para o mal que ele causaria, impedindo no seu governo, os policiais de subirem o morro. Concordaria com ele, se os bandidos de lá não descessem para assaltar e matar. Mas, se eles “podiam” descer e causar mal à sociedade, os policiais deviam, sim, subir até onde eles estavam atocaiados. Como bem o fazem hoje.  Mas, por um longo tempo não o fizeram. Assim, a bandidagem, se sentindo protegida (coisa que quem paga impostos está longe de o ser) deitou, rolou, se aglomerou, cresceu, se fortificou e deu no que deu.
     Sei que a violência está por toda a parte, mas, ela começou em algum lugar...
     Que Deus nos proteja!

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