domingo, 11 de dezembro de 2011

Capítulo XXXV - Reminiscências - Angela Delgado

                                         
                                                                    
                - Eney me conta que, quando garotos, derreteram um pedaço de cano em uma panelinha (Mestre Cuca teria um enfarte) e colocaram em uma caixinha o chumbo derretido, que logo se solidificou e virou goleiro de jogo de botão. Eu me lembro desses goleiros!
                - Também que a bola, não a do jogo de botão (esta estaria irremediavelmente perdida), mas a de futebol caiu no vizinho, e não havia ninguém em casa. Uma casa geminada com a nossa, em que meu pai mandou construir um terceiro andar (não na casa contínua, na nossa), de onde avistávamos o pátio interno do vizinho e onde se instalara a bola “isolada”.
                Tristemente a visualizávamos, loucos para continuar a partida de futebol.
                - Naquele tempo, sem computadores...
                - Pregamos com taxinhas um barbante no fundo externo de uma cesta de papéis e a descemos emborcada, até ela chegar ao alvo. No entanto, como a subiríamos? Pegamos, então, o excedente do chumbo derretido que havíamos guardado e que se tornara um cubo, e com ele preso com duas voltas de um barbante, golpeamos o cesto emborcado e encaixado na bola, para que esta ficasse bem presa e não caisse ao ser içada. O que foi feito com muita emoção e sucesso, já que a bola, para a nossa sorte, havia se imobilizado justamente na parede divisória das casas!
              Foi nossa melhor pelada!
             - Quanta engenhosidade! E a história do aeromodelismo?
             - Escalamos a montanha em Petrópolis e lá de cima, soltei o avião, que foi arrebatado por um vento inesperado, caindo poucos metros adiante. Recuperado o avião, depois de ter recebido a permissão de minha agora atenta “torre interna”, planou, deu um show fazendo até uma curva, e desapareceu. Voltamos para casa e, no dia seguinte, quando todos foram jogar futebol, fui a pé, pois não poderia trazer o avião de volta estando de bicicleta, entrei mato adentro e trouxe o meu troféu!
                - Que beleza! Quantos anos você tinha?
                - Uns quinze, mas nesta foto, você está parecida com a mulher do Sarkozy, esqueci o nome dela...
                - Eu também!
                - É Madame Sarkozy!
                 - Muito engraçadinho. Tenho um cd dela. Vou lá buscar. Mas, eles estão guardados por ordem alfabética... Ainda bem que o nome dela é... Carla Bruni!

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